Palavra do Papa – 22 de outubro

25 de outubro de 2017 Doutrinas


ANGELUS

Praça de São Pedro – Domingo 22 de outubro de 2017

Caros Irmãos e Irmãs, Bom dia!
O Evangelho deste domingo nos apresenta um novo face a face entre Jesus e seus opositores. O tema abordado é o do tributo a César: uma pergunta “espinhosa”, sobre se é lícito ou não pagar o imposto ao imperador de Roma, a quem era submetida a Palestina no tempo de Jesus. As posições eram diferentes. Portanto, a pergunta feita pelos fariseus: “É lícito ou não pagar imposto a César?” era uma armadilha para o Mestre. De fato, dependendo de como tivesse respondido, ele seria acusado de estar a favor ou contra Roma
Mas Jesus, neste caso também, responde calmamente e aproveita a pergunta perniciosa de dar um ensino importante, elevando-se à controvérsia e às coalizões opostas. Diz aos fariseus: “Mostre-me a moeda do tributo”. Eles lhe apresentam um dinheiro, e Jesus, observando a moeda, pergunta: “Quem é essa imagem e a inscrição?” Os fariseus só podem responder: “De César”. Então, Jesus conclui: “Pois, deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Por um lado, intimando a restituir ao imperador o que lhe pertence, Jesus declara que pagar o imposto não é um ato de idolatria, mas um ato devido à autoridade terrena; por outro lado, e é aqui Jesus dá um “tapa de luva”, lembrando o primado de Deus, pede para dar ao Senhor da vida do homem e da história o que lhe cabe.
A referência à imagem de César, cunhada na moeda, diz que é justo sentir-se plenamente, com direitos e deveres, cidadãos do Estado; mas, simbolicamente, faz pensar na outra imagem impressa em cada homem: a imagem de Deus.Ele é o Senhor de tudo, e nós, que fomos criados “à sua imagem” pertencemos sobretudo a Ele. A partir da pergunta colocada pelos fariseus, Jesus faz uma pergunta mais radical e vital para cada um de nós, uma pergunta que nós podemos nos fazer: a quem pertenço? À família, à cidade, aos amigos, à escola, ao trabalho, à política, ao Estado? Sim, claro. Mas primeiramente, Jesus nos recorda, você pertence a Deus. Esta é a pertença fundamental. Foi Ele que deu tudo o que você é e o que você tem. Portanto, a nossa vida, podemos e devemos vivê-la todos os dias no reconhecimento dessa nossa pertença fundamental e no reconhecimento do coração para com nosso Pai, que cria cada um de nós individualmente, único, mas sempre segundo a imagem de seu Filho amado, Jesus. É um maravilhoso mistério.
O cristão é chamado a se comprometer concretamente nas realidades humanas e sociais sem contrapor “Deus” e “César”, pois contrapor Deus e César seria um comportamento fundamentalista. O cristão é chamado a comprometer-se concretamente com as realidades terrenas, iluminando-as com a luz que vem de Deus. A confiança prioritária em Deus e a esperança Nele não levam a uma fuga da realidade, mas sim a trabalhar e dar a Deus o que lhe pertence. É por isso que o fiel olha a realidade futura, a de Deus, para viver a vida terrena em plenitude e responder com coragem aos seus desafios”
A Virgem Maria nos ajude a viver sempre de acordo com a imagem de Deus que trazemos em nós, e também a nossa contribuição para a construção da cidade terrena.

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