Palavra do Papa – 19 de março

20 de março de 2017 Doutrinas


ANGELUS

Terceiro Domingo da Quaresma, 19 de março de 2017

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho deste domingo, o terceiro da Quaresma nos apresenta o diálogo de Jesus com a mulher samaritana. O encontro acontece quando Jesus atravessava a Samaria, região entre a Judeia e a Galileia, habitada por pessoas que os Judeus desprezavam, considerando-as cismáticas e heréticas. Entretanto esta população uma das primeiras a aderir à pregação cristã dos Apóstolos. Enquanto os discípulos vão à cidade procurar alimento, Jesus permanece onde se encontrava o poço de Jacó e ali pede água a uma mulher, que chegara para tirar água. Desse pedido tem início um diálogo: “Como, sendo judeu, tu me pedes de beber, a mim que sou samaritana?” Jesus lhe respondeu: “Se conhecesses o dom de Deus e quem é que te diz ‘dá-me de beber’, tu é que lhe pedirias e ele te daria água viva!”, uma água que sacia toda sede e se torna fonte inesgotável no coração de quem a bebe.

r ao poço apanhar água é cansativo e monótono; seria bom ter a disposição uma fonte que jorra água! Mas Jesus fala de uma água diferente. Quando a mulher se deu conta de que aquele homem com quem estava falando era um profeta, abriu-se a ele e lhe fez perguntas religiosas. A sua sede de afeto e de vida repleta não lhe foi satisfeita pelos cinco maridos que teve, aliás, experimentou desilusões e enganos. Por isso a mulher fica impressionada com o grande respeito que Jesus tem por ela e quando Ele lhe fala da verdadeira fé, como relação com Deus Pai ‘em espírito e verdade’, então intui que aquele homem poderia ser o Messias, e Jesus – coisa raríssima – o confirma: ‘Sou eu, que falo contigo’. Ele diz ser o Messias a uma mulher que tinha uma vida tão desordenada.

Queridos irmãos, a água que dá a vida eterna foi infundida em nossos corações no dia do nosso Batismo, mediante o qual nos transformou e encheu-nos com a sua graça. Mas pode acontecer que este grande dom o tenhamos esquecido, ou reduzido a um mero acontecimento da nossa vida, e talvez vamos em busca de “poços” cujas águas não nos saciam. Quando esquecemos a verdadeira água, vamos à procura de poços que não têm águas límpidas. Então esse Evangelho é propriamente para nós! Não somente para a Samaritana, mas para nós. Jesus nos fala como à Samaritana. É claro, já o conhecemos, mas talvez não o tenhamos encontrado pessoalmente. Sabemos quem é Jesus, mas talvez não o tenhamos encontrado pessoalmente, falando com Ele, e não o tenhamos ainda reconhecido como o nosso Salvador. Este tempo da Quaresma é ocasião propícia para aproximar-nos d’Ele, encontrá-lo na oração num diálogo de coração para coração, falar com Ele, escutá-lo; é a ocasião para ver o seu rosto também no rosto de um irmão ou de uma irmã que sofre. Desse modo podemos renovar em nós a graça do Batismo, saciar-nos na fonte da Palavra de Deus e de seu Espírito Santo; e assim descobrir também a alegria de tornar-nos artífices de reconciliação e instrumentos de paz na vida cotidiana.

Que a Virgem Maria nos ajude a haurir constantemente à graça, aquela graça que brota da rocha que é Cristo Salvador, a fim de que possamos professar com convicção a nossa fé e anunciar com alegria as maravilhas do amor de Deus, misericordioso e fonte de todo bem.

Sem comentário ainda

Você pode ser o primeiro a comentar!

Deixe um comentário

Compartilhe: