Palavra do Papa – 11 de junho

ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Solenidade da Santíssima Trindade
Domingo, 11 de junho, 2017
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

As leituras bíblicas deste domingo, festa da Santíssima Trindade nos ajuda a entrar no mistério da identidade de Deus. A segunda leitura apresenta São Paulo se dirigindo a comunidade de Corinto: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o” amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós “. Essa bênção do Apóstolo é fruto da sua experiencia pessoal do amor de Deus que transformou a sua vida e o estimulou a levar o Evangelho às gentes. E com base nessa experiencia exorta os corintos a serem alegres, a procurarem a perfeição, a se encorajarem uns aos outros: “Sejam alegres, emendem seus caminhos, encorajem uns aos outros, […] vivam em paz” (v. 11). A comunidade cristã, apesar de todas as limitações humanas, pode se tornar um reflexo da comunhão da Trindade, da sua bondade, a sua beleza. Mas isso – como o próprio Paulo testifica – depende da experiência da misericórdia de Deus, do perdão.
É o que está acontecendo com os judeus na jornada Êxodo. Quando o povo quebrou o pacto, Deus apareceu a Moisés na nuvem para renovar esse pacto, proclamando seu nome e seu significado. Então ele diz: “O Senhor, Deus misericordioso e compassivo, lento para a cólera e cheio de amor e fidelidade”. Este nome expressa que Deus não está distante e fechado em si mesmo, mas é Vida que quer comunicar-se, é abertura, é Amor que resgata o homem da infidelidade. Deus é ‘misericordioso’, ‘piedoso’ e ‘rico de graça’ porque se oferece a nós para reparar nossos limites e as nossas faltas, para perdoar nossos erros, para reconduzir-nos ao caminho da justiça e da verdade. Esta revelação de Deus cumpriu-se no Novo Testamento graças à palavra de Cristoe a sua missão de salvação. Jesus nos mostrou o rosto de Deus, um em substância e três em pessoas; Deus é tudo e só amor, numa relação subsistente que tudo cria, redime e santifica: Pai, Filho e Espírito Santo.
E hoje no Evangelho onde Nicodemos, que, embora ocupando um lugar importante na comunidade civil e religiosa da época, continuou a buscar a Deus, e agora percebia “o eco da sua voz em Jesus.
No diálogo noturno com o Nazareno, Nicodemos finalmente compreende ser já procurado e esperado por Deus, ser amado pessoalmente por Ele
Deus sempre nos procura por primeiro, espera-nos por primeiro, ama-nos por primeiro. É como a flor da amendoeira; assim diz o Profeta “Floresce primeiro. De fato, assim fala Jesus: “Deus amou tanto o mundo que deu o Filho, unigênito, para que todo aquele que n’Ele crer não se perca, mas tenha a vida eterna (Jo 3,16). O que é a vida eterna? É o amor desmedido e gratuito do Pai que Jesus doou na cruz, oferecendo a sua vida para a nossa salvação. Este amor com a ação do Espírito Santo irradiou uma luz nova sobre a terra e em todo coração humano que o acolhe; uma luz que revela os ângulos sombrios, as durezas que nos impedem de carregar os bons frutos da caridade e da misericórdia.
Que a Virgem Maria nos ajude a entrar sempre mais, com todo o nosso ser na Comunhão trinitária, para viver e testemunhar o amor que dá sentido a nossa existência.