Palavra do Papa – 02 de julho

3 de julho de 2017 Doutrinas


ANGELUS

Praça São Pedro – Vaticano – Domingo, 2 de julho, 2017

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

A liturgia de hoje nos apresenta as últimas linhas do discurso missionário do capítulo 10 do Evangelho de Mateus, com os quais Jesus instrui os Doze Apóstolos, quando pela primeira vez os envia em missão nas aldeias da Galiléia e da Judéia. Nesta parte final, Jesus enfatiza dois aspectos essenciais para a vida do discípulo missionário: o primeiro, que seu relacionamento com Jesus é mais forte do que qualquer outro vínculo; o segundo, que o missionário não carrega a si mesmo, mas Jesus, e através dele o amor do Pai Celestial. Estes dois aspectos estão ligados, porque quanto mais Jesus está no centro do coração e da vida do discípulo, mais este discípulo é “transparente” a sua presença. Estas duas coisas caminham juntas.

“Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim não é digno de mim …”, diz Jesus. O carinho de um pai, a ternura de uma mãe, a doce amizade entre irmãos e irmãs, tudo isso, apesar de ser muito bom e legítimo, ele não pode ser preferível a Cristo.
Não porque Ele nos queira sem coração ou ingratos, mas, pelo contrário, mas porque a condição de discípulo exige uma relação prioritária com o mestre, tornando-se um com ele. Isso é para qualquer discípulo, seja um leigo, um secular, um sacerdote, um bispo: a relação de prioridade. Talvez a primeira pergunta que temos de fazer para um cristão é: “Mas você se encontra com Jesus? Você reza a Jesus?”.

Aqueles que são atraídos para este laço de amor e de vida com o Senhor Jesus, torna-se um representante, o seu “embaixador”, especialmente com a maneira de ser, de viver. A tal ponto que o próprio Jesus, enviando os discípulos em missão, ele lhes diz: “Quem vos recebe a mim recebe, e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”. Assim é necessário  que as pessoas possam perceber que para aquele discípulo, Jesus é realmente “o Senhor”, é realmente o centro, o tudo da vida. Não importa se depois, como toda pessoa humana, tenha os seus limites e também os seus erros – desde que tenha a humildade de reconhecê-los; o importante é que não tenha o coração duplo, isto é perigoso”. Sou cristão, sou discípulo de Jesus, sou sacerdote, sou bispo, mas tenho um coração duplo. Não, isto não está certo.
Não se deve ter um coração duplo,  mas um coração simples, unido; que não tenha “o pé em dois calçados”, mas seja honesto consigo mesmo e com os outros: “A duplicidade não é cristã. Por isto Jesus reza ao Pai para que os discípulos não caiam no espírito do mundo. Ou estás com Jesus, com o espírito de Jesus, ou estás com o espírito do mundo

E aqui a experiência de sacerdotes nos ensina uma coisa muito bonita e uma coisa muito importante: é justamente esta acolhida do santo povo fiel de Deus, é justamente o “copo de água fresca” – do qual fala hoje o Evangelho – dado com fé afetuosa, que te ajuda a ser um bom padre:
Há uma reciprocidade também na missão: se tu deixas tudo por Jesus, as pessoas reconhecem em ti o Senhor; mas ao mesmo tempo te ajuda a te converteres cada dia a Ele, a te renovar e purificar dos pactos e a superar as tentações. Quanto mais um sacerdote é próximo ao povo de Deus, tanto mais se sentirá próximo a Jesus. E quanto mais um sacerdote é próximo a Jesus, tanto mais se sentirá próximo ao povo de Deus
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A Virgem Maria experimentou em primeira pessoa o que significa amar Jesus separando-se de si mesma, dando um novo sentido às ligações familiares, a partir da fé n’Ele. Que a sua materna intercessão, nos ajude a sermos livres e alegres missionários do Evangelho
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