Palavra do Papa – 19 de agosto de 2018

19 de agosto de 2018 Doutrinas

Palavra do Papa - 19 de agosto de 2018

ÂNGELUS

Praça de São Pedro  – Quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Na solenidade de hoje da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, o santo povo fiel de Deus exprime com alegria a sua veneração pela Virgem Mãe. Ele o faz na liturgia comum e também com mil formas diferentes de piedade; e assim a profecia da própria Maria se realiza: “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada”. Porque o Senhor elevou sua humilde serva. A assunção ao céu, em alma e corpo, é um privilégio divino concedido à Santa Mãe de Deus por sua união particular com Jesus, é uma união corporal e espiritual, iniciada pela Anunciação e amadurecida durante toda a vida de Maria. através de sua singular participação no mistério do Filho. Maria sempre foi com o Filho: foi atrás de Jesus e por isso dizemos que ela foi a primeira discípula.

A existência de Nossa Senhora se deu como de uma mulher comum de seu tempo: rezava, se ocupava da família e da casa, ia à sinagoga… Mas toda ação cotidiana que fazia se dava em união total com Jesus. E no Calvário esta união alcançou o ápice, no amor, na compaixão e no sofrimento do coração. Por isso Deus lhe concedeu uma participação plena também na ressurreição de Jesus: o corpo da Santa Mãe foi preservado da corrupção, como o do Filho.

A Igreja hoje nos convida a contemplar este mistério: mostra-nos que Deus quer salvar o homem inteiro, alma e corpo. Jesus ressuscitou com o corpo que assumiu de Maria; e subiu ao Pai com a sua humanidade transfigurada. Com o corpo, um corpo como o nosso, mas transfigurado. A assunção de Maria, criatura humana, nos dá a confirmação do nosso glorioso destino. Os filósofos gregos tinham entendido que a alma do homem é destinada à felicidade após a morte. Todavia, eles desprezavam o corpo – considerado prisão da alma – e não concebiam que Deus tivesse providenciado que também o corpo do homem fosse unido à alma na beatitude celeste. A ressurreição da carne  é um elemento próprio da revelação cristã, eixo da nossa fé.

A realidade maravilhosa da Assunção de Maria manifesta e confirma a unidade da pessoa humana e nos recorda que somos chamados a servir e glorificar Deus com todo o nosso ser, alma e corpo. Servir a Deus somente com o corpo seria uma ação escrava; servi-lo apenas com a alma estaria em contraste com a nossa natureza humana. Um grande pai da Igreja, por volta do ano 220, Santo Irineu, afirma que “a glória de Deus é o homem vivo, e a vida do homem consiste na visão de Deus” (Contra as heresias, IV, 20, 7 ). Se vivemos assim, no serviço jubiloso a Deus, que também é expresso em um serviço generoso aos irmãos, nosso destino, no dia da ressurreição, será semelhante ao da nossa Mãe celestial. Receberemos então a plena realização da exortação do apóstolo Paulo: “Glorifique a Deus em seu corpo” (1 Cor 6,20), e o glorificaremos para sempre no céu.

Rezemos a Maria para que, por sua intercessão materna, nos ajude a viver nossa jornada diária na laboriosa esperança de poder alcançá-la um dia, com todos os santos e nossos entes queridos, todos no paraíso.

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