ANGELUS
Vaticano – Praça São Pedro – Segundo domingo da Quaresma, 12 de março de 2017
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho deste segundo domingo da Quaresma nos apresenta a história da Transfiguração
de Jesus. Levou consigo três dos apóstolos, Pedro, Tiago e João, e subiu com eles a um alto
monte, e então aconteceu este estranho fenômeno: o rosto de Jesus "brilhou como o sol e as
suas vestes tornaram-se brancas como a luz" (v . 2). Assim, o Senhor fez brilhar em sua própria
pessoa a glória divina que se podia acolher com fé em sua pregação e em seus gestos
milagrosos. E a transfiguração se acompanha, na montanha, da aparição de Moisés e Elias,
‘que conversam com Ele’.
a luminosidade que caracteriza este evento extraordinário simboliza sua finalidade: iluminar as
mentes e os corações dos discípulos para que possam compreender claramente quem é seu
Mestre. É um flash de luz que se abre de repente sobre o mistério de Jesus e ilumina toda a
sua pessoa e toda a sua história.
Agora, decididamente a caminho de Jerusalém, onde deverá sofrer a condenação à morte por
crucificação, Jesus quer preparar os seus para este escândalo – o escândalo da cruz- muito
forte para a fé deles e, ao mesmo tempo, anunciar sua ressurreição, manifestando-se como o
Messias, o Filho de Deus”, assinalou.
Na verdade, Jesus estava se mostrando um Messias diferente do esperado, daquele que
imaginavam como seria o Messias: não um rei poderoso e glorioso, mas um servo humilde e
desarmado; não um senhor de grande riqueza, sinal de bênção, mas como um homem pobre
que não tem onde reclinar a cabeça; não um patriarca com uma numerosa descendência, mas
um solteiro sem casa e sem ninho.
É realmente uma revelação de Deus de cabeça para baixo, e o sinal mais desconcertante é a
cruz.
Mas, precisamente por meio da cruz, Jesus chegará à gloriosa ressurreição e que será
definitiva. Jesus transfigurado no Monte Tabor quis mostrar aos seus discípulos a sua glória,
não para evitar a eles que passassem pela cruz, mas para indicar aonde leva a cruz. O que
morre com Cristo, com Cristo ressuscitará. E a cruz é a porta da ressurreição. Quem luta junto
a Ele, com Ele triunfará.
Esta é a mensagem de esperança que a cruz de Jesus contém, exortando à fortaleza em nossa
existência.
Por isso, incentivou os cristãos a, neste tempo de Quaresma, contemplar com devoção a
imagem do crucifixo, Jesus na cruz: esse é o símbolo da fé cristã, é o emblema de Jesus, morto
e ressuscitado por nós. Façamos de modo que a cruz marque as etapas de nosso caminho
quaresmal para compreender sempre mais a gravidade do pecado e o valor do sacrifício com o
qual o Redentor nos salvou, a todos nós.
A Virgem Santa soube contemplar a glória de Jesus escondida na sua humanidade. Que Ela nos
ajude a estar com Ele na oração silenciosa, a deixar-se iluminar pela sua presença, para levar
no coração, através das noites escuras, um reflexo da sua glória.
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